10 de dez. de 2008

Ironicamente enfileirado


Reza a lenda que Murphy nasceu no Brasil, em algum recôncavo suburbano. Sua mãe lhe deu este nome após tê-lo visto em algum personagem de filme americano. Achou que o nome traria sorte ao garoto... Mas sorte nunca foi uma palavra que fez parte da vida de Murphy...
Desde criança, sempre teve imensa predisposição a estar no meio de grandes filas. Nos parquinhos de diversões, nunca furava a fila do escorregador. E, quando chegava a sua vez, ele escorregava sim, mas era após o empurrão que o adorável coleguinha lhe dava pra passar na sua frente. Mas Murphy, muito educado que era, nunca quis iniciar uma briga, e sempre voltava pro final da fila.
Em um fatídico dia, a sua vida mudou. Teria Murphy finalmente encontrado o seu trevo de quatro folhas perdido? Veremos.
Acordou cedo. Aquela loja de eletrodomésticos da propaganda iria inaugurar e ele não podia chegar tarde. Daquele dia não passava: Murphy finalmente compraria sua tão sonhada TV de plasma! A fila do caixa estava enorme. A massa insolvente em peso aproveitando as promoções-relâmpago. E Murphy lá, no meio daquela multidão, sempre muito paciente, aguardando a sua vez chegar.
Quando finalmente dirigiu-se ao caixa... Cartão sem limite. É, acho que a TV teria que esperar mais um pouco. “Tudo bem”, pensou ele, “fica pra próxima”.
Como ainda precisava fazer umas compras, resolveu ir até o banco sacar dinheiro. Começo de mês, época de pagamento, e... Dá-lhe mais fila! Murphy ouviu desde histórias do vizinho corno da moça que estava atrás até o enterro do cachorro da senhora ao lado. É a cultura que se leva no tempo em que ficamos numa fila.
E, finalmente, quando só restava o senhor que estava à sua frente, entram três rapazes anunciando um assalto no banco. Começa um frenesi de gritos, empurrões e correria, e, num raríssimo momento de sorte, Murphy consegue escapar e sair de dentro do banco. (Aqui a regra também comporta exceções, amiguinhos!).
Decidido a voltar pra casa sem televisão de plasma e sem dinheiro, Murphy vai até o ponto de ônibus e se depara com uma fila que facilmente daria três voltas em torno de sua casa. Passa o primeiro ônibus: sua dignidade ainda não lhe permite entrar naquela lata de sardinha, melhor esperar o próximo.
Meia-hora depois, vem o segundo ônibus... Ufa, finalmente Murphy sairia daquele sufoco! Quando vai colocando o pé (esquerdo) no degrau, eis que surge um cidadão(?) ao seu lado, empurra-lhe e toma-lhe o lugar na fila, bem como faziam os coleguinhas na fila do escorregador do parquinho. Murphy dá o último escorregão de sua vida, bate com a cabeça no chão e... VIRA LENDA! Sim, porque hoje em dia, pessoas pacientes, educadas e de bom coração, acabam virando lenda por aqui.

Moral da história: as filas quilométricas não são um problema do Brasil, mas da sorte de cada um. A lei de Murphy é clara: “se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará”. Em outras palavras: foda-se cada um. [Censurado].
By Mrs. Ironia ()



3 comentários:

Ever Rupel™ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Como diria aquela requintada senhora:
"relaxa e goza :D"

Detestos filas ¬¬

http://o-grinch.blogspot.com/

Ever Rupel™ disse...

E a tal "Lady Murphy"?
[que infame essa...¬¬]
Seria a mãe do garoto em questão?
Hum?

[Pior q o texto está soterrado de razão...]

_
http://maismaladoever.blogspot.com/